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Descrição
Morro do isolamento traz vinte crônicas que conjugam lirismo, mordacidade e humor, marcas incontornáveis do estilo incomum de Rubem Braga. Porque ninguém escreveu como ele, e ele se mostra cada vez mais vivo nas páginas que nos legou. Aqui temos o cronista globe-trotter que trabalhou em diversas redações, de Recife a Porto Alegre, de São Paulo a Santos, e no Rio de Janeiro, seu porto seguro, onde residiu a maior parte de sua vida. Publicado pela primeira vez em 1944, Morro do Isolamento é outro livro paradigmático do cronista que apesar de muito moço nessa época, já possuía a marca do gênio alimentado por largos horizontes terrestres. Um lírico que não dispensou o dedo na cara de quem faz pouco ou nada pelo bem dos abandonados da vida. É Rubem Braga em sua potência máxima, contundente como na extraordinária dedicatória inicial, ou em qualquer um destes seus vinte recados em forma de crônica. No início, o autor faz uma dedicatória aos colegas de trabalho, e uma não dedicatória para: ?E comece por Hitler, mas não fique nesse grande cão escandaloso nem nos que latem e mordem de sua vanda. Atinja, aqui e ali, todos os que, no claro ou no escuro, trabalham mesquinhamente contra o amanhã. Aos carniceiros prudentes e às velhas aves de rapina barrigudas e todavia insensatas; aos construtores de brejos e aos vendedores de água podre; aos que separam os homens pela raça e pelos privilégios; aos que aborrecem e temem a voz do homem simples e o vento do mar; e aos urubus, aos urubus!? R.B.